Sustentabilidade e estabilidade económica razoável são possíveis no mundo atual? Na economia global de hoje, todos os olhos procuram sinais de onde virão essas boas novas. O estouro das bolhas já pertencem ao passado, mas o crescimento económico continua apático ou em declínio.
Todos os dias, os mais variados governantes do Mundo nos vêm dizer, com ar sabedor e feliz, que a recuperação económica está prestes a florescer, esquecendo-se que não estamos na Primavera mas no Outono.
Já é altura dos peritos europeus nos dizerem como vão as esperanças cor-de-rosa do continente, que não foram realizadas apesar da moeda única (EURO), ou o que perspetivam de crescimento e prosperidade para a EU.
A história económica não tem sido simpática à visão, ao que parece antiquada, de que as economias de mercado autónomas devem confiar apenas em si próprias. A nossa era atual de economias mistas, não só não tem atenuado as desigualdades mais flagrantes, como tem permitido iniciativas discricionárias só possíveis nas sociedades onde o liberalismo impera.
Nas economias capitalistas que, normalmente, assentam em expectativas de rendibilidade, os governos sempre instituíram sistemas de supervisão para proteger os grandes investidores e garantir uma gestão saudável das empresas, sendo a instabilidade residual do emprego o preço a pagar.
No entanto, tudo parece indicar que alguma estabilidade económica talvez seja possível de alcançar, mesmo apesar do Mundo continuar a sofrer dificuldades económicas. De qualquer forma, a submissão da sociedade aos imperativos da lógica de mercado resulta no aumento das desigualdades nos recursos humanos e na marginalização dos não adaptados. São, por isso, inquietantes as consequências de uma universalização em que a sociedade é cada vez mais submetida aos interesses da lógica dos mercados.
A universalização leva ao triunfo do económico, sobretudo financeiro, e ao declínio do social e político. No contexto social, a grande instabilidade de empregos, leva ao desespero e angústias daqueles que efetivamente são vítimas das novas aventuras financeiras e da deslocação de algumas atividades para outras paragens. Quando já se sofreu bastante, a própria ideia de reviver o sofrimento é insuportável.
Entrementes,no meio disto tudo, está a Europa onde residimos, vivendo a crise dos tempos, e onde se discute se subsiste ou acaba? Que se passa na cabecinha dos dirigentes europeus, que nunca mais se entendem e se decidem. Em que estão a pensar os donos do poder, quando todos os dias acontecem genocídios e guerras às quais se fecham os olhos e se adiam, “sine die”, decisões sobre o pretexto de que tais guerras não nos dizem respeito, escolhendo lavar as mãos destas matanças surdas.
A verdade é que o Mundo está repleto de problemas na esfera da ONU e da EU, como é o caso dos refugiados da Síria, que morrem por nada e sem poderem dizer que o fazem para alcançar o triunfo das democracias e dos direitos do homem.
Podemos dizer que os ciclos não morrem. Contudo, ao olhar-se para os conflitos nas diversas partes do Mundo, impõem-se uma resposta adequada.
O Mundo está a necessitar de obras de restauro. Precisa de uma forte e respeitada liderança no topo, precisa de recentrar a sua missão e de fazer mudanças, quer nas operações de emergência, quer nas medidas profiláticas. Faça-se…!