Muito irá ser escrito e proclamado perante a actual necessidade de inverter as tendências prejudicialmente instaladas no Vitória. Sinto o dever de não fugir a essa regra.
Fá-lo-ei na qualidade de vitoriano (já não associado, mas que já tive esse atributo durante mais de 30 anos), e ainda como ex-dirigente por duas vezes e como ex-atleta.
Não estabeleço paralelismos com outros clubes, nem tão pouco sugiro que se copiem modelos já existentes e muito bem sucedidos. Mas é chegado o momento de credibilizar o Clube e dobrar o “Cabo das Tormentas”.
Coragem e paixão clubística, são os ingredientes para o futuro.
Estou a eximir-me de qualificar as exibições da equipa de futebol ou de atribuir qualquer culpabilização ao treinador - que definitivamente não a teve - ou de me referir a decisões obsoletas e deslocadas do contexto moderno, da Direcção do Clube - que sim, aí tem culpas - porque eu ao resistir a essa tentação, não me coloco a jeito, como porventura daria algum gozo aos actuais dirigentes.
Insisto na já referida “fórmula semântica”: Coragem E Paixão Clubística”.
Vem tal a propósito de dizer que já basta de “nabos” e que esses não continuem a inalar os odores da sua “essência”.
O Vitória necessita de profissionais, não de amadores; o Vitória necessita de ser norteado por decisões corajosas e apaixonadas, reitero.
É chegado o momento de colocar à frente dos desígnios do Clube um GESTOR profissional concentrado na realidade do Vitória. Independente; mesmo que não goste de futebol, nem tenha qualquer co-relação clubística.
Um Gestor Desportivo, que muitos existem em Portugal, disponíveis e credenciados, acaba por ser um gestor de empresas adaptado a um clube desportivo, mas que tem o sentido dos quatro fundamentos basilares da gestão actual e que os clubes exigem: a) Planeamento Estratégico, b) Gestão de Recursos Humanos, c) Planeamento Financeiro e c) Gestão de Sistemas de Informação.
O Gestor dirige as Funções Estratégicas e não mistura os atributos e funções da Direcção do Clube com as suas próprias funções de gestão. É disto que o Vitória necessita para acabar de vez com a inebriante inalação da “Essência do Nabo”.
Tenho dito!

Álvaro Oliveira

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