A três jornadas do final do campeonato, o Vitória tenta hoje, a partir das 21 horas, no reduto do Sp. Braga arrumar, mais uma vez, as contas da permanência. O treinador Quim Machado está convicto de que a sua equipa tem condições para o alcançar. “Encaramos o jogo com confiança e sem medo”, assegura o técnico, que encara com naturalidade a contestação de que foi alvo após a derrota de domingo. “Mal seria se tivéssemos perdido em casa com o Tondela, último classificado, e estivesse tudo bem. Não está! O Vitória exige que se ganhe”.

Quanto à forma como vive o dia-a-dia em Setúbal, Quim Machado fala numa temporada de contrastes. “Esta época já experimentei os dois pratos da balança: antes andava tranquilo e até almoços de borla tinha, na segunda volta tenho de pagar os almoços todos. Até acabar o campeonato, espero ainda ter alguns almoços de borla”, disse convicto de que os êxitos vão voltar em breve. Quem sabe não será hoje?

Espera ter na sexta-feira a permanência garantida depois do jogo em Braga?

É esse o nosso objectivo. Encaramos o jogo com confiança e sem medo. Queremos disputá-lo e ainda bem que é já na sexta-feira. Depois do resultado negativo com o Tondela (0-1), queremos já jogar esta final. No outro lado está um adversário muito difícil que tem feito uma época fantástica, mas vamos a Braga para ganhar. Temos de jogar no limite da concentração e rigor.

De que forma se recupera a confiança de uma equipa que não vence há 12 jogos?

Não vivemos um bom período e, claro, queríamos ter outro rumo. A forma como trabalhamos durante semana é sinal de que nunca perdemos a confiança. A eficácia tem-nos impedido de ter mais pontos. Podemos ganhar em qualquer campo, independentemente do nome do adversário. Temos trabalhado para controlar a ansiedade e manter a confiança.

Vai ser possível ver um Vitória parecido ao que actuou no Estádio da Luz com o Benfica?

Em todos os jogos, em todos os campo, o Vitória está obrigado a jogar para discutir o resultado. Vamos procurar apresentar um futebol positivo para conseguir ganhar este jogo.

Sem almoços de borla

Depois da contestação de que foi alvo a seguir à derrota com o Tondela, como têm sido estes últimos dias? O que lhe dizem as pessoas na cidade?

A contestação que tivemos no domingo é normal num clube que está vivo e que não se acomoda. Mal seria se tivéssemos perdido em casa com o Tondela, último classificado, e estivesse tudo bem. Não está! O Vitória exige que se ganhe. Já ando há uns anos no futebol e sei que vivemos sob uma pressão enorme. Esta é a minha profissão e quero andar aqui muitos anos. Esta época já experimentei os dois pratos da balança: antes andava tranquilo e até almoços de borla tinha, na segunda volta tenho de pagar os almoços todos. Até acabar o campeonato, espero ainda ter alguns almoços de borla.

É inevitável fazer contas de cabeça à permanência e olhar para os resultados dos adversários?

O mais importante somos nós. Podemos resolver já as contas na sexta-feira. Não estamos dependentes do que A ou B possam fazer. A mensagem esta semana foi de confiança. Não podemos perder a calma nem o discernimento.

As alterações que tem feito de jogo para jogo devem-se à gestão do plantel ou está a tentar colocar a equipa nos eixos?

Quando se perde há uma baixa de forma e a necessidade de trocar um ou outro jogador. Tivemos quase sempre uma equipa tipo, mas com os castigos tivemos de fazer alterações. Com o decorrer do tempo há que mudar uma coisa ou outra. Todos merecem a minha confiança. Tivemos sempre uma identidade de jogo. Temos alterado o sistema, é uma estratégia.

«Meyong é extremamente importante»

Costinha foi importante na primeira volta e saiu da equipa…

O Costinha veio da 2.ª divisão B e os ritmos são diferentes. Está a treinar muito bem e conto com ele. Não tem jogado porque assim o entendo, mas é um bom jogador e pode ser muito útil para os últimos jogos, tal como o Arnold que falhou o jogo na Luz e, se calhar, vai-nos dar o golo da vitória.

Meyong tem actuado quase sempre na última meia-hora de jogo. Tem condições para jogar mais tempo?

Quando o Meyong chegou em Janeiro vinha de uma paragem longa em Angola. Fez praticamente a pré-época connosco. Pela experiência que tem é um jogador extremamente importante para nós. Nesta altura, talvez não tenha a capacidade para jogar os 90 minutos. Se calhar é mais útil entrar e ir jogando cada vez mais tempo.

Frederico Venâncio está recuperado da lesão no joelho?

Conto ter o plantel todo disponível.