Espero - e como eu, estou certo, muitos portugueses- esperam que o Governo que saia das próximas eleições coloque como uma das preocupações centrais do futuro da sua governação mais e maiores preocupações sociais, não só para com os portugueses e famílias portuguesas carenciadas como também para aqueles que procuram a sua sobrevivência e dos seus entes queridos, longe dos seus países de origem, devassados pela guerra, destruição e ódio.
Desde a sua fundação que a Cáritas tem como missão estar junto das famílias carenciadas, apoiando presentemente mais de 63.000, num total de aproximadamente 160 mil pessoas, não incluindo os números das paróquias que, infelizmente, não conheço. A larga maioria são portuguesas, mas o espírito de ajuda e o espírito de missão da Cáritas, Portuguesa e Internacional, não olha à nacionalidade, raça, sexo, religião ou qualquer outra característica potencialmente diferenciadora de quem procura e precisa de ajuda.
A Cáritas, como sempre, continuará a seguir a sua missão, agradecendo desde já a disponibilidade e grande generosidade que os portugueses têm vindo a demonstrar perante as causas de apoio a pessoas carenciadas.
A Cáritas não falhará nunca aos seus compatriotas, mas comprometeu-se, juntamente com mais de trinta instituições, a apoiar o acolhimento e integração de alguns milhares de refugiados que nos chegam de uma região do globo devastada pela guerra, pela tortura, pela ausência das mais elementares condições de sobrevivência. A Europa não pode ficar imune ao grande sofrimento humano dos refugiados sírios e para situações extraordinárias, soluções extraordinárias.
A Cáritas, como todos os outros parceiros da Plataforma de Apoio aos Refugiados - PAR, não pouparão esforços para levar a bom termo este novo desafio. Analisaremos os recursos humanos, logísticos e financeiros ao nosso alcance para minorar as provações de quem já apoiamos e de quem venhamos a acolher num futuro próximo. Inclusivamente o meu querido (e de muitos) Papa Francisco já veio congratular a plataforma, como uma ajuda preciosa na minimização deste conflito que está a causar perdas humanas irreparáveis.
A Cáritas estará sempre disponível para com quem precisa e para trabalhar no sentido de criar um Portugal mais social, mais inclusivo e mais justo.
Acredito que se todos olharmos para quem está a seu lado e dermos a mão a quem precisa de nós, Portugal e o mundo serão um lugar melhor e mais digno para as novas gerações.
Fotografia de VinothChandar