O Bloco de Esquerda visitou o Hospital S. Bernardo, Setúbal, na passada segunda-feira. Na visita estiveram presentes, para além de vários membros da concelhia e da distrital do BE, a deputada Joana Mortágua (eleita pelo distrito) e o deputado Moisés Ferreira (membro da Comissão Parlamentar de Saúde).
Depois de uma reunião com o Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Setúbal, a delegação do BE teve a oportunidade de visitar o serviço de urgência, a oftalmologia, o serviço de hemodinâmica, os cuidados intensivos, a obstetrícia e a valência de infeciologia do Hospital.
Nos últimos anos o hospital aumentou o número de consultas, de urgências, de cirurgias e de internamentos. No entanto, durante o Governo PSD/CDS o Orçamento foi drasticamente diminuído, reduzindo a verba para investimento a pouco mais de 1M€. A consequência prática destas opções políticas do último governo foi a deterioração das condições de trabalho e a deterioração das condições em que os utentes são recebidos e tratados. Para o Bloco de Esquerda é preciso agora inverter o caminho do desinvestimento.
O serviço de urgência deste hospital tem uma ocupação de cerca de 250%, o que mostra bem da necessidade urgente e obras de requalificação de forma a aumentar as urgências e as camas no serviço de observação. O mesmo se pode dizer para os cuidados intensivos onde serão necessárias mais 3 camas ou para a oftalmologia onde é clara a necessidade de um novo espaço com mais salas de consultas e um novo bloco operatório. O serviço de infeciologia funciona há vários anos num pré-fabricado, o que levanta enormes questões, desde logo sobre a privacidade (por causa do débil isolamento acústico) e conforto dos utentes (climatização).
Como positivo, o Bloco de Esquerda registou, a abertura de 14 vagas para médicos de família no ACeS da Arrábida, o que irá garantir médico a muito mais pessoas, aliviando assim a pressão sobre as urgências do Hospital, mas fizeram notar que continuarão a existir mais de 40.000 utentes sem médico de família nesta zona. A abertura de mais de 20 vagas para médicos especialistas para trabalhar no Hospital, também um registo positivo, deve ser acompanhada por uma renovação urgente de equipas (como é o caso da obstetrícia) e um reforço em áreas muito carenciadas (por exemplo, anestesia, oftalmologia e otorrinolaringologia).
Sobre o Centro Hospitalar de Setúbal pendia uma enorme ameaça: a portaria 82/2014 que desclassificava este centro hospitalar, colocando-o no grupo de hospitais do modelo 1, o que levaria ao encerramento e deslocalização de várias valências. Foi depois de o Bloco de Esquerda ter suscitado esta discussão no Parlamento e depois de ter aprovado um projeto para revogar esta portaria que esta ameaça deixou de estar no horizonte.