T. habita em casa repleta de lixo e sujidade porque, segundo moradores, não tem capacidade para cuidar de si própria. Pensão social que recebe não dá para comer
Na zona do Vale, arredores de Águas de Moura, concelho de Palmela, vive uma mulher, com deficiência mental, em condições miseráveis, rodeada de lixo e sujidade.
A situação de T. (vamos chamar-lhe assim para preservar identidade) foi denunciada ao DIÁRIO DA REGIÃO por moradores em Águas de Moura, que pedem a intervenção das entidades públicas para a resolução do caso.
“O que nós pretendíamos, os moradores, era que a Segurança Social tomasse conta da situação e providenciasse um espaço digno para a senhora viver. Há instituições de solidariedade com essas valências, para acolher pessoas com deficiência menta, por exemplo, no Pinhal Novo.”, disse Paula Santos.
Segundo esta moradora, as assistentes sociais e a GNR local já tem conhecimento do caso.
T., com perto de 60 anos de idade, tem, segundo os vizinhos, atraso mental, de nascença. Vive sozinha, na aldeia, há cinco anos depois de se ter mudado, da Landeira, onde viveu com um senhor, pai dos seus dois filhos. O homem faleceu há cerca de 12 anos e, até hoje, a senhora vive sozinha.
Os filhos são maiores de idade, mas a população não sabe o que fazem. “Ela diz que o filho está em França e a filha penso que vive no Poceirão, mas não tenho a certeza nem sei se tem condições para olhar pela mãe”, disse Paula Santos ao DIÁRIO DA REGIÃO.
Segundo os moradores, a casa onde a mulher vive não tem condições dignas. Além da sujidade e do lixo – que ela carrega para casa – o telhado está quase a cair. “É uma pessoa com deficiência mental, não tem capacidade para fazer a sua higiene pessoal nem para limpar a casa”, afirma a mesma fonte.
Recentemente, T. teve cerca de 13 meses sem água e electricidade. Nesse período foi a creche de Águas de Moura que vinha trazer-lhe a alimentação, uma refeição por dia. De acordo com Paula Santos, essa instituição continua a vir trazer-lhe todos os dias o almoço.
De acordo com esta moradora, a mulher tem um subsídio social, o Rendimento Social de Inserção, cujo valor ronda os 200 euros e, como paga mais de 100 euros de renda de casa, o dinheiro não chega para a alimentação e outras necessidades básicas.
“Os vizinhos ajudam com pequenas coisas, mas também são pessoas com reformas baixas, que podem pouco. Há uma senhora que lhe tráz, de vez em quando, alguns alimentos do Banco Alimentar, mas agora deixou de trazer porque diz que, como a cresce lhe dá uma refeição, já não precisa.”, refere Paula Santos.