O capital social refere-se à capacidade e habilidade dos indivíduos desenvolverem relacionamentos quer através das redes formais, quer das redes informais que promovem confiança, comunicação, participação e uma dimensão cultural. Vários estudos provam que estes relacionamentos influenciam muito positivamente o desenvolvimento económico, ativam a atividade empreendedora e o crescimento económico, geram emprego e promovem a inclusão social nas zonas rurais.
Cada vez mais o turismo rural surge como uma atividade económica alternativa que permite o desenvolvimento das regiões. Esta atividade que pode gerar impactos ambientais positivos representa uma oportunidade para a sustentabilidade económica das regiões, em particular daquelas onde as atividades tradicionais têm vindo a perder, cada vez mais, alguma dinâmica. Assim o desenvolvimento do capital social ao nível regional pode ser determinante para esta atividade económica.
Alguns estudos referem a existência de quatro indicadores para medir o capital social: confiança interpessoal, confiança institucional, participação na sociedade civil e valor gerado da confiança. Os países do Norte da Europa, nomeadamente a Dinamarca, Suécia e Finlândia, parecem revelar elevados índices relativamente aos quatro indicadores comparativamente aos países do Sul da Europa.
Em Portugal, alguns trabalhos desenvolvidos pelo IAPMEI evidenciam índices de desconfiança elevados e níveis de partilha de objetivos comuns e disponibilidade para a inter-relação menores, sendo na generalidade a participação dos empresários portugueses na vida da sociedade civil reduzida.
Parece pois relevante que em Portugal, e em particular ao nível regional, se desenvolvam iniciativas de fomento de capital social que promovam uma ligação entre atividade empresarial e sociedade civil e um aumento de confiança interpessoal e institucional. Sendo o turismo, em particular o turismo rural, um importante instrumento de desenvolvimento das regiões que permite agregar valor a outras atividades tradicionais produtivas será importante considerar um modelo de competitividade regional que promova maiores níveis de confiança, reciprocidade e participação na vida civil e social. Este desafio exige o envolvimento proactivo, não somente do poder local e de associações regionais mas também dos empresários e empreendedores na comunidade civil, onde a capacidade associativa dos vários stakeholders intervenientes no turismo rural pode ser um fator de sucesso para a dinâmica regional.
Fotografia de capa por Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian