Associação de pais e directora da escola lembram que chove dentro de salas de aula e que a segurança dos alunos está posta em causa
Cerca de 900 pessoas fizeram um cordão humano à volta da EB (Escola Básica) 2, 3 de Azeitão para exigirem a requalificação do estabelecimento de ensino, na última sexta-feira.
Segundo declarações de Paulo Tomás, da Associação de Pais e Encarregados de Educação, à agência Lusa, “chove nas salas de aula do Bloco E, as paredes têm fungos, as infiltrações de água põem a risco as condições de segurança, porque podem afectar a instalação eléctrica”. Além disso, acrescentou a comunidade escolar continua “à espera que seja substituída uma parte do telhado que ainda tem amianto”.
“Também é necessária uma intervenção nos esgotos, porque a escola está numa cota abaixo da rede pública de saneamento básico, o que provoca mau cheiro, não por falta de higiene, mas devido a estes problemas estruturais”, adiantou Paulo Tomás.
As preocupações da Associação de Pais e Encarregados de Educação são partilhadas pela directora da EB 2,3 de Azeitão, Clara Félix, que diz estar “solidária com o protesto, enquanto mãe, professora e directora da escola”.
“Desde 2005 que acompanho os pedidos de requalificação desta escola com mais de 40 anos e que nunca foi devidamente requalificada”, frisou a directora, sublinhando que tem alertado para o problema todos os ministros e secretários de Estado da Educação que têm passado pelos sucessivos governos.
42 orçamentos para apenas 3 intervenções
Clara Félix afirmou ainda que, desde 2014, já enviou ao Ministério da Educação 42 orçamentos para oito intervenções urgentes naquele estabelecimento de ensino, mas que só três desses casos foram, efectivamente, resolvidos.
Os problemas da EB 2,3 de Azeitão ganharam maior visibilidade quando se verificou a derrocada parcial do telhado, devido ao temporal que afectou a região de Setúbal a 19 de Janeiro de 2013.
Pais e encarregados de educação lembram, no entanto, que além da parte do telhado que foi substituída após o temporal, é necessário substituir também a parte remanescente, dado que se trata de uma estrutura com amianto, material que pode provocar doenças cancerígenas.
O protesto iniciado na sexta-feira de manhã com um cordão humano junto a EB 2,3 de Azeitão, prosseguiu à tarde com uma conferência de imprensa à porta da escola, às 17h00, a que se seguiu, durante a noite, uma vigília com o objectivo de envolver toda a comunidade de Azeitão na luta pela requalificação daquele estabelecimento de ensino com cerca de 800 alunos.