Tinha 58 anos e era uma das referências máximas para os bombeiros do País. Dedicou 25 anos à causa, servindo os Voluntários do Montijo e a região. O funeral realiza-se hoje pelas 15h00
Os Bombeiros estão de luto. Morreu uma das figuras mais emblemáticas do Montijo e da região, que, em vida, viu ser-lhe reconhecida, em termos locais e nacionais, o valor da obra realizada ao serviço da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Montijo, em particular, e dos bombeiros de Portugal, em geral, tendo sido agraciado com o Crachá de Ouro bem como com a Fénix de Honra, atribuídos pela Liga dos Bombeiros Portugueses. Partiu Vítor Laginha, Comandante do Quadro de Honra dos Bombeiros de Portugal e presidente honorário dos Bombeiros Voluntários do Montijo.
Tinha 58 anos, 25 dos quais dedicados ao serviço dos soldados da paz. Faleceu na passada terça-feira, no Hospital do Montijo. “O meu pai preparava-se para jantar, quando se sentiu mal. Foi transportado para o Hospital do Montijo e acabou por falecer por volta das 20h45”, disse ao DIÁRIO DA REGIÃO Ana Pires, a filha mais velha do antigo comandante da corporação montijense, irmã de Maria Pires.
“Gostava que o recordassem por aquilo que ele representou para a região, para os bombeiros do Montijo e de Portugal. Foi muito importante para a esta terra e para os bombeiros”, acrescentou Ana Pires, reforçando: “Merece ser recordado e reconhecido pela obra que fez. Foram 25 anos de contributo aos bombeiros.”
Também pesarosa, a esposa Manuela Carretas confessou, em poucas palavras, o sentimento de angústia que assola a família. “Sinto um vazio! Isto diz tudo”, revelou, lembrando a forma corajosa como Vítor Laginha sempre se bateu pelos interesses dos Bombeiros do Montijo.
O funeral do antigo comandante, que era presidente honorário da Tertúlia Tauromáquica do Montijo e que foi agraciado com a Barca Aldegalega do Montijo, realiza-se hoje pelas 15h00, no cemitério de S. Sebastião.
Bombeiros do Montijo sublinham perda
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Montijo também manifestou a perda de “um homem que dedicou mais de 20 anos à causa dos bombeiros”.
“Vítor Laginha bateu-se sempre pelas suas ideias. Foi agraciado com a medalha de Ouro da Associação dos Bombeiros Voluntários do Montijo, com o Crachá de Ouro e a Fénix de Honra da Liga dos Bombeiros Portugueses. Defendeu acerrimamente os ideais que estava na génese do voluntariado e foi uma perda para os bombeiros do País. Foi uma referência para os bombeiros”, declarou a associação, sublinhando ainda que o antigo comandante do Montijo “fez parte do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses e da direcção da Associação Reviver Mais”.
Autarcas elogiam homem e comandante
Maria Amélia Antunes, presidente da Assembleia Municipal do Montijo, lamenta o falecimento e deixa elogios ao homem e comandante.
“Desapareceu um cidadão que era amigo do seu amigo. Acima de tudo amava a corporação que serviu, o Montijo e os bombeiros, conforme pude sempre testemunhar”, comentou a autarca ao DIÁRIO DA REGIÃO, considerando ainda que Vítor Laginha era “profundamente humano”. “Deu muito aos bombeiros, que foram a vida dele ao longo de mais de duas décadas”, frisou.
Nuno Canta, presidente da Câmara Municipal do Montijo, também destacou o trabalho do antigo comandante em prol do voluntariado.
“Com a morte de Vítor Manuel Ferreira Pires, o comandante Laginha, Montijo perde um dos seus cidadãos mais activos e empenhados na causa do voluntariado”, lamentou Nuno Canta, deixando votos de pesar à família e aos bombeiros voluntários. “Quero, em nome da Câmara Municipal do Montijo, deixar as mais sentidas condolências à família enlutada e a todos os bombeiros voluntários”, concluiu.
O DIÁRIO DA REGIÃO tentou recolher a reacção do comandante Jaime Marta Soares, da Liga dos Bombeiros Portugueses, mas, apesar de vários contactos para o referido organismo e até ao fecho desta edição, não foi possível chegar à fala com o responsável.